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Checklist Mongólia Bikepacking

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TEXTO: Guilherme Cavallari cortesia ao Portal Cicloaventureiro

Finalmente terminei os preparativos de equipamento e tecnologia para a EXPEDIÇÃO MONGÓLIA BIKEPACKING. Nesse projeto, pretendo pedalar uma mountain bike, sozinho e autossuficiente, por toda a extensão oeste-leste da Mongólia.

Isso significa cruzar estepes, desertos, montanhas, florestas e charcos por uma distância aproximada de 3.000 km. Uma das principais características desse percurso é a carência de ocupação humana organizada. Cerca de 40% da população da Mongólia, de 3,1 milhões de habitantes, é nômade pastoril e desloca seus acampamentos quatro vezes ao ano em busca de melhores pastos para seus rebanhos. Outros 40% da população total vive na capital Ulaanbaatar. Assim, os 20% restantes estão em pequenas cidades e vilas espalhadas e dispersas pelo país, que tem a mesma área territorial do estado do Amazonas. A estimativa de tempo para cumprir a distância proposta é de 90 dias.

Como estarei completamente só, sem qualquer tipo de apoio, tenho que ser minimalista na escolha de equipamento e tecnologia. Sou adepto do bikepacking, que muitas vezes é definido como “a união do mountain bike e do trekking ultraleve”. Ou seja, cada item no meu checklist foi pesado e medido com muita precisão, escolhido visando durabilidade, confiabilidade, baixo peso, pouco volume e, preferencialmente, múltiplas funções. Obviamente, o fator econômico também entrou na equação e limitou algumas das minhas escolhas. A disponibilidade de produtos no Brasil também interferiu na escolha.

Por ser um aventureiro profissional, autor de 18 livros, diversos filmes, instrutor de trekking e bikepacking no REFÚGIO KALAPALO — nossa escola de aventura em Gonçalves (MG), na Serra da Mantiqueira —, tenho apoio de algumas das melhores marcas de equipamento para aventura no país. Esse projeto conta com o apoio das empresas SPOTSCOTTDEUTERSEA TO SUMMITORTLIEBSOLOBLACK DIAMOND. É importante frisar que essas marcas foram escolhidas por mim. Não foram elas que me escolheram. Qual a diferença? Eu bati nas portas das empresas cujos produtos eu confio, justificando o pedido de apoio em produtos e dinheiro com mais de 20 anos de trabalho intenso, inovador, pioneiro e de extrema qualidade no segmento outdoor nacional. Uso apenas as melhores marcas disponíveis no Brasil.

Esse checklist será publicado na íntegra no livro a ser escrito, produzido, editado e distribuÍdo pela KALAPALO EDITORA, a empresa que fundei e dirijo desde 2001. Isso quer dizer que alguns itens constantes nesse checklist poderão ser excluídos pouco antes ou durante a expedição. Outros itens poderão ser incorporados. O checklist está dividido em temas para facilitar sua organização.

BIKE

A escolha de um cassete 11-50T com um volante 30T permitiu que eu dispensasse o câmbio dianteiro, diminuindo peso e eliminando uma peça móvel com possibilidade de problemas mecânicos. O mesmo vale para substituição da suspensão dianteira original da bike por um garfo rígido de carbono de apenas 630 g e mais resistente que um garfo de cromo ou alumínio, conforme mostra esse VÍDEO. A bicicleta terminou com 12,480 kg, relativamente pesada por conta da escolha das rodas com aros DT SWISS e raios DT SWISS de 2.0 mm de espessura, específicos para downhill. Um par de rodas ultrarresistente, à prova de saltos e malabarismos radicais, muito mais fortes do que eu precisaria de fato. Uma medida de segurança que me pareceu sensata. Os freios a disco mecânicos são de fácil manutenção em campo, diferente dos hidráulicos, que embora sejam muito mais suaves e eficientes, são de manutenção complicada. Eu cheguei a testar pedais plataforma, que usei com botas de trekking. A grande vantagem foi não precisar levar dois pares de calçado, mas é inegável que perdi muito no desempenho ao pedalar. Como na EXPEDIÇÃO MONGÓLIA BIKEPACKING não pretendo fazer roteiros de trekking ao longo do deslocamento em bicicleta, vou usar calçados com taquinhos para clipe. Começo a expedição pedalando pneus tubeless com selante, mas se tiver problemas, insiro câmaras de ar.

ACESSÓRIOS / BIKE

  • K-LITE Bikepacker PRO 1200/700 lm é um farol de 1.200 lumens de potência máxima de iluminação, conectado diretamente ao cubo dianteiro SCHMIDT Son 28. Mais que uma luz de emergência, esse sistema permite que eu pedale à noite com segurança caso necessário. O sistema ainda permite que eu gere energia e carregue pilhas, baterias e aparelhos durante o dia, enquanto pedalo.
  • KNOG Oi Bike Bell Copper L é um sino de bicicleta muito discreto, bem desenhado e produzido, com timbre agradável. Importante para uso em ambientes urbanos em especial.
  • OTTOLOCK Steel + Kevlar de 60 polegadas de comprimento, 1,52 m, é o “cadeado com corrente” para bicicletas mais leve, compacto e inteligente que já encontrei, algo que pode me permitir, por exemplo, prender a bicicleta numa cidade enquanto faço compras num mercado e afins.
  • JULBO Explorer 2.0 c/ caixa de transporte, esses são os melhores óculos esportivos que já usei, clássicos numa versão ainda melhorada.
  • BLACK DIAMOND Crag Half-Fingers são as luvas que vou usar para pedalar. Cansei de usar as delicadas luvas específicas para mountain bike que duram menos de um ano mas minhas mãos. Agora estou usando luvas de escalada, que são leves, resistentes, respiráveis e pensadas para resistir a cordas, rochas e quedas.
  • SCOTT Supra é o capacete que vai proteger o pouco de cérebro funcional que ainda me resta.

MECÂNICA DE EMERGÊNCIA

No artigo BIKEPACKING: KIT DE MECÂNICA DE EMERGÊNCIA descrevi, em maior detalhe, tudo o que costumo levar em expedições para resolver problemas mecânicos em campo. Destaco aqui apenas alguns itens, talvez menos conhecidos do grande público, que irão me acompanhar na Mongólia e que considero mais importantes.

  • LEZYNE Bicycle Micro Floor Pump HV é uma bomba de ar portátil com enorme capacidade de volume e pressão, maior do que bombas convencionais, capaz de encher plenamente pneus sem câmara de 3 polegadas.
  • DYNAPLUG Micro Pro Tool permite tapar buracos em pneus sem câmara inserindo espaguetes de borracha nos furos, um sistema extremamente compacto e completo.
  • SILCAT Ratchet + Ti-Torque Kit é uma multiferramenta de precisão que contém um torquímetro, aparelho que permite medir e dosar a pressão exercida por parafusos, algo importante para quem, como eu, usa um garfo rígido de carbono.
  • PEDRO’S Six-Pack Chain Tool é um saca-corrente bem básico que completa meu kit de ferramentas de emergência.

CALÇADOS E VESTUÁRIO

Aqui alguma coisa pode mudar ainda, já que vou passar uma semana em Beijing, capital da China, antes de chegar na Mongólia. Preciso de muito pouca roupa em expedições, mas cada peça é escolhida com extrema calma e análise. Num resumo geral, vou levar 3 camisetas de tecido sintético e de mangas compridas, duas bermudas de ciclismo com enchimento ou similar, 3 pares de meia para pedalar, 1 par de meias para dormir, um conjunto de calça e blusa térmicas para dormir (chamados de segunda pele), uma calça impermeável e respirável, uma jaqueta impermeável e respirável, uma jaqueta térmica com enchimento de pluma de ganso, um gorro, um par de luvas térmicas, um par de luvas impermeáveis, um par de luvas impermeáveis e respiráveis com enchimento térmico, 2 cuecas (já que não uso cuecas para pedalar) e 2 bandanas cilíndricas. Em termos de calçados, será um par para pedalar e um par para uso fora da bike, que serão minhas velhas CROCS tradicionais na cor laranja. Só isso. Descrevo abaixo alguns itens.

  • SHIMANO XM9 MTB são botas estilo trekking com taquinhos para uso clipado em pedais de encaixe. Dá pra caminhar com elas, mas elas não podem ser consideradas botas de trekking por conta dos taquinhos, que não podem ser facilmente retirados e recolocados sem riscos.
  • SOLO jaqueta Tempest respirável e impermeável, produto nacional que não perde em qualidade para nenhuma peça importada.
  • SOLO calça Tempest respirável e impermeável, produto nacional que não perde em qualidade para nenhuma peça importada.
  • SOLO calça Merino Essential peça para uso como “segunda pele” feita de lã merino, a melhor do mundo. Produto nacional que não perde para nenhuma marca importada.
  • SOLO blusa Merino Essential peça para uso como “segunda pele” feita de lã merino, a melhor do mundo. Produto nacional que não perde para nenhuma marca importada.
  • SOLO camiseta ML ION UV produto nacional que não perde para nenhuma marca importada.

ELETROELETRÔNICOS

Obviamente, nem todos ou talvez NENHUM item dessa lista de eletroeletrônicos (com excessão da lanterna de cabeça e do  relógio de pulso), são realmente essenciais num projeto como a EXPEDIÇÃO MONGÓLIA BIKEPACKING que pretendo realizar. Dito isso, dá pra tentar imaginar o que considero “essencial” para roteiros de aventura menos exigentes e por lugares menos remotos… No entanto, parte importante do meu trabalho é gerar conteúdo que depois organizo em livros, filmes, artigos e palestras. Produtos que depois vendo e distribuo para manter minha independência econômica e estilo de vida. Esse trabalho exige ferramentas, que sou obrigado a carregar comigo nas minhas aventuras. Não é raro eu ter 6 kg de eletroeletrônicos comigo, mesmo quando todo meu material de equipamento, por exemplo, não chega a 5 kg totais. Uma desproporção!

 

Pretendo produzir um filme-documentário dessa iniciativa asiática, nos moldes do premiado filme-documentário TRANSPATAGÔNIA, que passou 18 meses em cartaz no Netflix América Latina e atualmente encontra-se disponível no GOOGLE PLAY e no ITUNES, ou ainda o vídeo HIGHLANDS, disponível no YOUTUBE. Pretendo também escrever um livro, como fiz com o TRANSPATAGÔNIA: PUMAS NÃO COMEM CICLISTAS e o recém-lançado HIGHLANDS: POR BAIXO DO SAIOTE ESCOCÊS, ambos disponíveis no meu SITE.

O equipamento listado será usado para o propósito de produzir esses conteúdos.

  • SUUNTO Vector é meu relógio de aventura favorito justamente por ser o mais simples. Sua bateria, comum para relógios digitais, dura cerca de dois anos. Ele não tem GPS porque levo um aparelho exclusivo para navegação comigo, mais confíável e preciso. O relógio também não possui tecnologia de monitoramento cardíaco, importante para quem corre nas ruas, em trilhas urbanizadas ou faz academia. Além de marcar as horas e a data, tem ainda bússola digital, barômetro, altímetro, termômetro e os cronômetros e alarmes de qualquer outro relógio digital. Não preciso de mais nada!
  • BLACK DIAMOND Storm 350 é uma lanterna de cabeça a pilha, porque na natureza selvagem não tem tomada em árvores para recarregar baterias internas, de 350 lumens de potência, suficiente como luz auxiliar para pedalar e mais do que suficiente para uso em acampamento. Tento sempre ter equipamento eletroeletrônico que utilize a mesma pilha recarregável, preferencialmente tamanho AA. Essa lanterna usa pilhas AAA, conhecidas como “palito”, o que não é o ideal, mas tudo bem. Tenho outro aparelho que usa esse tamanho de pilhas.
  • GARMIN GPS Map 62s é o modelo anterior ao atual melhor aparelho de navegação GPS na minha opinião, o Garmin GPS Map 64s, que eu ainda não tenho. A diferença entre os dois é tão pequena, pra mim, que não compensa a troca. Gosto da série porque não é touch-screen, que torna o aparelho mais limitado para uso (com luvas por exemplo) além de mais frágil. Prefiro os botões. A captação de sinal é superior graças à antena para fora e o aparelho usa pilhas AA vez de bateria interna, o que considero essencial em longas aventura por lugares remotos e isolados.
  • SPOT GEN-3 é o rastreador pessoal via satélite que uso como ferramenta de emergência. Uma vez ligado, o aparelho permite que qualquer pessoal acompanhe, pela internet, meus passos em tempo real, basta acessar minha página no site da empresa. Se o botão SOS for acionado, a multinacional norte-americana SPOT entra em contato com as autoridades locais d de busca e salvamento pedindo um resgate. Uma lista de pessoas da minha escolha também é contactada em caso de emergência, aumentando as chances de salvamento. Eu também tenho o aparelho SPOT GEN-X, que também possui teclado externo e permite troca de mensagens de texto, ida e volta, de qualquer lugar do mundo. No entanto esse serviço ainda não está disponível na Mongólia.
  • SPOT Global Phone é um telefone via satélite, também chamado de telefone satelital, que permite comunicação de praticamente qualquer lugar do mundo. Vou usar esse aparelho para manter contato com minha esposa, Adriana Braga, além de gravar podcasts com o PORTAL EXTREMOS.
  • SONY Alpha 7 II Mirrorless com lente 28-70 mm / f3.5-5.6 é a máquina fotográfica digital que escolhi (e consegui comprar) para essa empreitada. Obviamente existem inúmeras opções e câmeras infinitamente superiores, inclusive da mesma marca e modelo. A escolha pela lente foi meramente econômica, foi o que deu pra adquirir agora. Vou levar um tripé SIRUI T-025X Carbon Fiber que foi o mais leve e compacto que encontrei com total confiabilidade. Levo ainda um microfone direcional RODE VideoMic GO On-Camera e um monte de baterias extras, carregadores e cartões de memória.
  • ANKER PowerCore II 10000 é o powerbank que escolhi para reabastecer emergencialmente meus eletroeletrônicos. Vou levar 3 unidades dessa potente bateria de 10.000 A (amperes) e tentar mantê-las sempre carregadas.
  •  ENELOOP Rechargeble Batteries são atualmente as melhores pilhas recarregáveis do mercado, uso só essas pilhas.

ACAMPAMENTO E ACESSÓRIOS

O quesito acampamento é bastante abrangente e muda conforme a empreitada. Distâncias, clima, terreno, culturas locais, disponibilidade de água, estilo de aventura e limitações de orçamento podem influenciar diretamente na lista final. Existe muita flexibilidade nesse departamento e as alternativas são quase infinitas. Novamente, dei preferência aos produtos fornecidos por parceiros estabelecidos no Brasil sempre que possível. Todos os itens são de extrema qualidade e oferecem as garantias de segurança e bom desempenho que preciso.

  • BIG AGNES Copper Spur UL2 Classic 2p é a barraca que vai me acompanhar na Mongólia.
  • Adquiri também um CONTRAPISO para a Big Agnes Copper Spur UL2 Classic 2p, que é um acessório que considero importante. Essa não era minha primeira opção, eu confesso. Demorei muito a escolher o modelo e acabei adquirindo aquele que encontrei disponível no momento em que tive a oportunidade de fazer a aquisição. Se pudesse, teria ficado com a barraca NEMO DRAGONFLY 2p por ser mais leve, mais compacta e um pouco mais confiável segundo as muitas revisões que li. Pensei ainda em comprar a HYPERLIGHT ULTAMID 2 PYRAMID TENT, um tipo de barraca piramidal pouquíssimo conhecida no Brasil, construída em Dyneema, material nobre muito resistente e eficiente que me deixou bastante curioso, mas o preço é proibitivo.
  • SEA TO SUMMIT Spark SP-III é o saco de dormir que vai me aquecer nas moites da Mongólia. Produto de alta tecnologia, ultraleve e supercompacto, com enchimento de plumas de 850+ de qualidade e tratamento contra água. Calculado para dar conforto a homens em temperaturas de até -8˚C e até -2˚C para mulheres, pesa apenas 665 g.
  • SEA TO SUMMIT Ultralight Insulated Sleeping Mat é o isolante térmico que vou usar nessa expedição.
  • PRIMUS Omnilite Ti Stove será meu fogareiro. Esse mesmo item já me acompanhou durante a EXPEDIÇÃO TRANSPATAGÔNIA e em diversas outras aventuras. Versátil, ele queima seis diferentes derivados de petróleo: gasolina, diesel, benzina, querosene, combustível de avião e gás. Construído em titânio, é o mais leve da categoria. A marca, fundada em Estocolmo, na Suécia, em 1892, acompanhou nomes como Shackleton, Scott, Amundsen, Hillary e Norgay em suas conquistas.
  • SAWYER All in One Water Filter vai filtrar a água que eu encontrar na Mongólia. No artigo ÁGUA POTÁVEL NA AVENTURA, publicado no meu BLOG, dou todos os detalhes sobre o equipamento e forma de uso.
  • SNOW PEAK Trek 1400 Titanium Pot de 1,3 litros, é a panela que me acompanha em todas as aventuras desde 2012. Essa tradicional marca japonesa é famosa por sua qualidade e design.
  • ORVIS Frequent Flyer 9′ Rod é minha vara de pescar estilo fly fishing, pesca com mosca, de 9 pés de comprimento, 2.74 m, construída em fibra de carbono e dividida em 7 pedaços pequenos, ultraleve e supercompacta. O kit inclui ainda o carretel Clearwater Classic IV Reel, também superleve e supercompacto. A Mongólia é um dos paraísos da pesca com mosca do mundo, com a famosa Hucho Taimen, ou apenas Taimen, a truta gigante da Sibéria. Esse kit, com um punhado de moscas artificiais secas e um pouco de sorte, pode garantir meu jantar.

Muitos itens completam um acampamento. A ideia é sempre agregar segurança, confiabilidade e, por que não, um pouco de conforto, aos dias e noites passados ao ar livre. Vou levar a pazinha de latrina THE TENTLAB The Deuce Trowel #2 por ser a mais leve e compacta que já encontrei. Minha colher/garfo é a inseparável LIGHT MY FIRE titanium spork, que está comigo desde 2012 também, o mesmo modelo em plástico é muito mais leve mas quebra com facilidade. Minha cuia para as refeições é a genial GUYOT DESIGNS Squish Bowl, que é tão leve e flexível que desaparece na bagagem. Minha segunda opção para tigela e caneca de acampamento seria a linha SEA TO SUMMIT X-Series, por serem colapsáveis. Para filtrar água, como explicado no artigo já mencionado, uso duas bolsas de material flexível CNOC OUTDOORS Vecto Flexible Water Bottle cada uma com 2 litros de capacidade. Para limpar a sujeira grossa da panela, sem água, uso uma espátula GSI OUTDOORS Compact Scraper, que pode ser improvisada de uma espátula caseira também. Em expedição, uso sempre um apito pendurado no pescoço, escolhi algo leve e compacto, de titânio, o NITECORE Titanium Whistle NSW10 120 db, que vive comigo dia e noite. Não preciso de facas de combate em minhas aventuras, acho inclusive que raras pessoas precisam de verdade, então uso a multiferramenta LEATHERMAN Skeletool CX, que além da lâmina ainda é um alicate dobrável. Uso sempre que posso, uma luneta potente para observar a fauna e ajudar na navegação, atualmente estou com uma luneta NIKULA 10-30X25, muito compacta e potente. Por fim, incluo nessa lista o KIT DE HIGIENE PESSOAL (escova e pasta de dentes, fio dental, cortador de unhas, um sabonete, protetor solar, repelente de insetos e uma toalha pequena de acampamento SEA TO SUMMIT TEK TOWEL) e o KIT DE PRIMEIROS SOCORROS merece um artigo específico para descrever todo seu conteúdo, que não é extenso, é tão compacto e eficiente que cabe numa pequena bolsa estanque ORTLIEB FIRST AID KIT REGULAR.

BAGAGEM

No artigo BIKEPACKING: BOLSAS PARA TRANSPORTE DE BAGAGEM, descrevi com bastante detalhe todo o kit de ferramentas e peças sobressalentes que costumo levar em expedições de bikepacking. Não conheço artigo mais completo e mais didático escrito em português sobe o tema. Toda a tralha descrita aqui precisa ser transportada na bicicleta de forma eficiente e segura, sem interferir com a dirigibilidade da mountain bike por terrenos técnicos, em subidas e descidas off-road. Isso é bikepacking. Para tanto, descrevo minhas escolhas.

  • ORTLIEB Handlebar-Pack M de 15 litros de capacidade cúbica, é minha bolsa de guidão, onde transporto todo meu acampamento.
  • ORTLIEB Seat-Pack L de 16,5 litros de capacidade cúbica, é minha bolsa de selim, onde transporto a panela com comida e toda minha roupa.
  • ORTLIEB Accessory-Pack de apenas 3,5 litros, é minha bolsa de acessórios, que vai fixa à bolsa de guidão, onde transporte miudezas como lanterna de cabeça, luneta, cuia, colher, cobertor de emergência, cordinhas, mosquetões, caderneta de anotações, canetas, documentos, dinheiro, mapas, etc.
  • ARESTA EQUIPAMENTOS Frame Bag de aproximadamente 7 litros de capacidade cúbica, feita sob medida para meu quadro pela empresa brasileira situada em Florianópolis (SC) é minha bolsa de quadro. Essa é a única bolsa que possuo que não é impermeável, além de ser bem menos resistente que as demais. Tenho a excelente ORTLIEB Frame Pack de 6 litros cúbicos de capacidade, totalmente impermeável e indestrutível, mas que não ocupa toda o espaço do meu quadro por não ser sob medida. Ainda estou procurando uma bolsa de quadro que seja impermeável, seja espaçosa e encaixe perfeitamente na minha bike. Nessa bolsa carrego mantimentos e o fogareiro. No meu radar está a REVELATE DESINGS Ranger Frame Bag, que é impermeável, muito resistente e chega bem perto de tapar totalmente o espaço interno do meu quadro. Também no radar está a excelente PORCELAIN ROCKET 52Hz, ganhadora de inúmeros prêmios e condecoração no segmento bikepacking norte-americano.
  • REVELATE DESIGN Gas Tank e 1,3 litros de capacidade, que fica perto do guidão da bike, é a bolsa de cockpit onde carrego pilhas, baterias, cartões de memória, powerbanks e afins.
  • REVELATE DESIGN Jerrycan Regular de 0,57 litros de capacidade, que fica no pé do canote de selim,é a bolsa de cockpit onde carrego alicate, multiferramenta de uso rápido da bike, óleo de corrente e um trapo pra limpeza da corrente.
  • ORTLIEB Mountain-X 31 é a mochila de 31 litros de capacidade cúbica que escolhi para carregar meu sistema de hidratação de 3 litros, máquina fotográfica, tripé, microfone, roupa de chuva e o lanche do dia. Praticamente indestrutível, 100% impermeável sem necessidade de capa de chuva e com fechamento estanque.

Carrego ainda, amarradas ao tubo de baixo do quadro: 1) Uma garrafa de combustível compatível com meu fogareiro. 2) Uma bolsa, improvisada a partir de uma nécessaire de banheiro, com todas as peças sobressalentes da bike e as ferramentas de uso emergencial. Novamente, o artigo BIKEPACKING: KIT DE MECÂNICA DE EMERGÊNCIA tem a descrição completa do conteúdo dessa bolsa. 3) Uma pequena bolsa estanque com duas câmaras de ar sobressalentes, que às vezes amarro no quadro trás da base do canote de selim. Inventei um sistema eficiente e de custo zero para prender esses itens ao quadro: cubro a área do quadro a ser usada com um longa tira de câmara de ar, cortada de uma câmara danificada, envolvo também a bolsa ou garrafa a ser presa no quadro com borracha. As duas superfícies de borracha ao entrarem em contato entre si causam grande aderência. Amarro tudo com várias fitas VOILE straps, de diferentes tamanhos. Uma sistema fácil de prender e soltar.

Por último, instalei nas duas canelas do garfo, dois suportes SALSA ANYTHING CAGE HD, que são bases de plástico ultrarresistente para bolsas estanques de até 6 litros de capacidade cúbica. Escolhi duas bolsas estanque ORTLIEB Dry Bag PD-350 de 5 litros ou duas bolsas estanque SEA TO SUMMIT Big River também de 5 litros. Nessas bolsas laterais pretendo carregar dois MSR DROMEDARY BAG de 4 litros cada, que são pesados e desajeitados quando cheios. Eu talvez carregue nessas bolsas também alguns cabos, carregadores e adaptadores elétricos, coisas que têm volume e pouco peso. Essa foi a solução que encontrei para o grande problema de transporte de água para quando estiver atravessando áreas de deserto na Mongólia. Pretendo carregar ainda mais água, talvez mais 10 litros, se possível, distribuídos em outras bolsas MSR Dromedary de diferentes tamanhos, presas talvez na bolsa de guidão, na bolsa de selim e até na minha mochila.

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