Filme Na Natureza Selvagem – Christopher McCandless Ônibus 142

Into the Wild conta assim a vida de Christopher McCandless (Emile Hirsch), um jovem recém licenciado da universidade de Emory em 1992. Com 22 anos, Christopher tem um futuro promissor com uma boa carreira profissional mas ele decide aventurar-se numa caminhada solitária. Deixando para trás a sua família e as suas posses monetárias, ele parte para o norte da América, mais precisamente para o Alasca. Durante a viagem ele enfrenta diversos obstáculos que ele tem a necessidade de enfrentar. Nesta jornada McCandless vive como um eremita. Conhece a verdadeira natureza e diversas personagens que o vão ensinar a essência da vida.

Em 1990, com 22 anos e recém-licenciado, Christopher McCandless ao terminar a faculdade, doa todo o seu dinheiro a uma instituição de caridade, muda de identidade e parte em busca de uma experiência genuína que transcendesse o materialismo do cotidiano. Abandona, assim, a próspera casa paterna sem que ninguém saiba e mete-se à estrada. Deambula por uma boa parte da América (chegando mesmo ao México) à boleia, a pé, ou até de canoa, arranjando empregos temporários sempre que o dinheiro faltasse pois, Chris acaba por abandonar o seu carro e queimar todo o dinheiro que levava consigo para se sentir mais livre, mas nunca se fixando muito tempo no mesmo local. Desconfiado das relações humanas e influenciado pelas suas leituras, que incluíam Tolstoi e Thoreau, ansiava por chegar ao Alasca, onde poderia estar longe do homem e em comunhão com a natureza selvagem e pura. O que lhe acontece durante este percurso transforma o jovem num símbolo de resistência para inúmeras pessoas.
Christopher dá igualmente início a uma aventura começando por fazer uma capucho ao alex que mais tarde viria a encher as páginas dos jornais e que termina com a sua morte no Alasca.
Sean Penn vai intercalando a viagem de McCandless com breves flashbacks do seu passado, narrados em voz off pela irmã de Chris. Chistopher quer fugir a uma família materialista, hipócrita e cheia de mentiras. Penn tem olho de cineasta e a sua câmara vai captando melancolicamente, com vagar e gosto, a paisagem americana, ao som da excelente banda sonora de Eddie Vedder, embalando o espectador, que é quase hipnotizado pelas imagens e som. Penn tem ainda a mestria de não entrar muito pelo lado místico ou esotérico do rapaz timido, mostrando-nos apenas o lado de McCandless extremamente simpático, uma pessoa que faz amigos com facilidade, com uma simpatia espontânea, onde apenas se entrevê uma certa tristeza interior, não obstante toda a força que possui. Claro que a isto não é estranha a tranquila mas marcante interpretação de Emile Hirsch.
Tal como aconteceu com o excêntrico Timothy Treadwell, retratado em ‘Grizzly Man’, também aqui McCandless não é bem tratado pela rude e impiedosa natureza que tanto amou, e onde procurou uma solução para o seu vazio. O tocante final do filme, é o derradeiro motivo para admirarmos esta sétima obra de Sean Penn atrás da câmara.
Era Christopher McCandless um aventureiro heróico ou um idealista ingénuo, um Thoreau rebelde dos anos 1990 ou mais um filho americano perdido, uma pessoa que tudo arriscava ou uma trágica figura que lutava com o precário balanço entre homem e Natureza e contra o materialismo da sociedade?
Podem se seguir discussões e debates para decidir se era ele uma resposta a uma sociedade doente ou um jovem intenso demais em tudo que fazia. Porém, todo julgamento que fizermos dele será hipotetico: sobre alguem que atravessou as fronteiras de si mesmo e chegou onde poucos habitam, que experimentou o seu jeito de viver e concluiu que seu lugar no mundo não era tão ruim assim. Mas já era tarde demais para voltar, ele já estava onde o julgamento nem bem compreende e nossa sociedade isolada em suas redes de comunicação não pode sequer supor.

Vencedor
Gotham Awards
Melhor Filme
Mill Valley Film Festival
Melhor Actor (Emile Hirsch)
National Board of Review
Breakthrough Performance – Male (Emile Hirsch)
Palm Springs International Film Festival
Director of the Year Award (Sean Penn)
Rising Star Award Actor (Emile Hirsch)
Rome International Film Festival
R.I.F.F. Jury Award (William Pohlad), (Art Linson), (Sean Penn)
Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
Prêmio do Público – Melhor Longa Estrangeiro de Ficção
65° Globo de Ouro
Melhor Canção (“Guaranteed”)Indicações
80° Academy Awards
Melhor Ator Coadjuvante (Hal Holbrook)
Melhor Edição (Jay Cassidy)
65° Globo de Ouro
Melhor Trilha Sonora (Michael Brook, Kaki King, Eddie Vedder)
Melhor Canção (“Guaranteed”)
Critics’ Choice Award
Best Film
Best Actor (Emile Hirsch)
Best Supporting Actor (Hal Holbrook)
Best Supporting Actress (Catherine Keener)
Best Director (Sean Penn)
Best Writer (Sean Penn)
Best Song (“Guaranteed”)
Chicago Film Critics Association Awards
Best Picture
Best Screenplay – Adapted (Sean Penn)
Best Supporting Actor (Hal Holbrook)
Grammy Awards
Best Song Written for Motion Picture, Television or Other Visual Media (“Guaranteed”)
Satellite Awards
Best Original Song (“Rise”).
Prêmio do Sindicato dos Atores de Hollywood
Melhor Elenco
Melhor Ator (Emile Hirsch)
Melhor Ator Coadjuvante (Hal Holbrook)
Melhor Atriz Coadjuvante (Catherine Keener)